sábado, 19 de fevereiro de 2011

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Lição de sobrevivência nº5

Estar na faculdade não é como estar na escola, é um passo mais perto de um emprego real e requer um compromisso. Não é simples, por isso temos que querer, temos que estar lá de corpo e alma e temos que nos apaixonar. Esta é a parte mais fácil, porque a parte difícil é manter viva a chama desse Amor. Não conseguimos sobreviver à faculdade, aos exames e à vida universitária apenas por querermos, tal como não conseguimos manter uma relação baseada apenas na vontade mútua. É preciso existir compreensão, tanto nos livros como entre as pessoas; é preciso que acreditemos num futuro juntos, tanto naquela profissão como com a pessoa de quem gostamos; é preciso que saibamos ultrapassar os problemas sem criar marcas profundas, tanto no que diz respeito a deixar cadeiras para trás como nas discussões senseless que não são bem resolvidas pelos casais. Basicamente, tirar um curso é casarmos com a faculdade, e esperar que entretanto não nos peçam o divórcio!

PS: Passei com muito boas notas, estou realmente orgulhosa de mim própria! E por isso e por muito mais vou aproveitar esta relação assumida com a faculdade para ir ao Starbucks com uns colegas amigos, (re)descobrir os motivos pelos quais quis tentar sobreviver a este mundo.

domingo, 30 de janeiro de 2011

Lição de sobrevivência nº4

Uma coisa boa da faculdade é que não acaba quando as aulas acabam. Isso fica para o secundário ou para a primária. A faculdade tende a seguir-nos a qualquer sítio onde vamos, quer seja em trabalho ou em lazer ou em qualquer outra coisa. Começamos finalmente a sentir que estamos a aprender qualquer coisa útil e, mais importante ainda, aplicável. Se estivermos a estudar Engenharia Civil, já não olhamos para os prédios como sendo apenas prédios; se estivermos a estudar Medicina, já não pensamos nas dores de costas como sendo apenas dores de costas; se estivermos a estudar Comunicação Social, já não ouvimos notícias como sendo apenas notícias, e assim sucessivamente...
A faculdade dá-nos finalmente aquela capacidade pela qual ansiámos todos aqueles anos em que estudámos e não percebemos porquê: compreensão. Mas, por outro lado, com grandes poderes vêm sempre grandes responsabilidades.

PS: Estou oficialmente de férias, por isso ofereci-me um fim-de-semana fora disto tudo na melhor companhia!

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Lição de sobrevivência nº3

Existem coisas sobre a faculdade que só vamos compreender até as sentirmos, e a que me custou mais a entranhar foi a cumplicidade que um grupo tão grande de pessoas consegue criar em tão pouco tempo. Começa com o primeiro dia de praxes e o desconhecimento total do que nos espera. Sente-se um arrepio na espinha quando se vê tanta gente de preto a alinhar-nos, a contar-nos, a perguntar-nos os nossos nomes e a exigir respeito, a alterar os nossos costumes e o espaço social ao qual estamos habituados. Acho que ser caloiro se assemelha um pouco a ser o novo aluno de uma turma que se conhece de longa data, com a peculiaridade de sermos 40 novos alunos que não se conhecem de lado nenhum.
Não são apenas os jogos ou as canções ou toda a porcaria que despejam para cima de ti e te fazem fazer. É um espírito que nasce em cada um de nós que nem sequer sabíamos existir, que nos transforma, que nos faz entrar a chorar e sair a rir, que nos dá a certeza de que pertencemos e de que queremos ficar. Entrar num curso não é fazer um curso, é conhecer uma família. É ser acolhido e respeitado, e acolher e respeitar. Não se pode sair da faculdade sem se sentir que fica algo para trás. E não são as pessoas, não é o espaço, não é o traje. É um pouco de nós.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Lição de sobrevivência nº2

Sabem qual é a diferença mais marcante entre a faculdade e o secundário? Nenhuma. As pessoas não entram num edifício de gente grande e, ao passar pela porta, transformam-se em gente grande. Não são três meses de férias que mudam quem somos, e as pessoas que éramos no secundário continuam lá, na faculdade, a ter os mesmos problemas e as mesmas dificuldades. Eu mudei com a faculdade, e isso é um ponto assente na minha vida, mas não por causa da faculdade. A diferença está aqui. Eu mudei porque as pessoas à minha volta mudaram, os meus amigos, os meus professores, os meus colegas. Adaptei-me. E é isso que vai acontecer eventualmente convosco: vão mudar porque a força das circunstâncias mudou. Mas, lá no fundo, vão aperceber-se que continuam os mesmos. Porque as pessoas não mudam, nunca mudam. Adaptam-se.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Lição de sobrevivência nº1

Não entrem na faculdade a pensar que a vossa vida vai mudar. Porque vai, mas não da forma como esperavam. Vão começar a perceber que a palavra estudo e a palavra dormir conseguem coexistir na mesma frase sem se anularem; vão finalmente começar a decidir quais as aulas a que podem faltar e quais as aulas em que podem estudar para as disciplinas a que faltaram; vão ter menos tempo com os velhos amigos e mais tempo com os novos, e isso vai fazer-vos dar mais valor aos que de facto têm; vão levantar-se da cama todos os dias e o vosso pensamento vai remeter-vos para a chávena de café mais próxima; vão compreender o significado real de inter-ajuda, de companheirismo, de generosidade e, provavelmente, de copianço e bebedeiras; vão ter muitas dúvidas, noites de lágrimas e vontade de desistir, mas vão existir sempre pessoas ao vosso lado que aparem essas quedas e que vos ajudem a levantar. Vão mudar, não só a vossa vida e os vossos contextos como vocês. Vão crescer, vão aprender e, acima de tudo, vão viver. Vão existir novas razões para se levantarem da cama todos os dias e isso vai tornar-vos pessoas melhores, e a receita para a faculdade até é simples: 6 colheres de esforço, 250g de boa-disposição e qb de loucura. Mas a verdade é que nunca saberão se lhe conseguem sobreviver até terem passado pela época de exames...

PS: O exame de Anátomofisiologia I correu muito bem!

domingo, 23 de janeiro de 2011

Pré-Lição

Este blog começou como uma comichão atrás da orelha. Fizeram-me o desafio e eu, que nunca tinha estado por estas andanças, decidi ponderar. Andei uns tempos a desculpar-me com a falta de tempo, outros com a falta de paciência e mais uns quantos com a falta de imaginação. Hoje estava a fazer uma pausa nos livros e nos apontamentos de Anátomofisiologia I e a queixar-me da vida de estudante universitário até que a ideia surgiu espontaneamente: porque não falar disso? E está mais do que feito.
Que comecem as lições de sobrevivência à faculdade!